domingo, 25 de outubro de 2009

Ser EU

Respeite a você mais do que aos outros. Respeite suas exigências, respeite mesmo o que é ruim em você - respeite sobretudo o que imagina que é ruim em você - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse seu único meio de viver. (...) Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo o que sua vida exige. Parece uma vida amoral. Mas o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma...
(Clarice Lispector)

Foi lendo esse texto que descobrir que preciso ser EU, apenas um eu sem saída e medidas mas com adições, contradições e inspirações que me constroem e destroem o que é meu e que poderá ser teu se quiseres compartilhar comigo essa intripidez que avança e define minha vida.

Sou EU aqui e ali, nas ações, frases e danças, nas armadilhas e nas cartilhas, nas vida de um e de todos, na minha essência de vida que se revela em existência atualizante e atualizada.

Sou EU, em mim, em si, para si e para o mundo, num misto de coisas que me traduzem e seduzem o que em mim.

Respeitar a mim mesma só é possível quando me vejo e me vê é está despida das frações e versões que criaram de mim e ser Eu com defeitos em um percurso per-feito por mim. É me despir de mascara e ilusões que só me trazem frustrações de um dia não vivido, de outros escondidos e de um amanhã esperado e esperando encontrar o que não se sabe o que cabe em mim.

Não sei o que me cabe, nem o que preciso. "Só sei que é assim", é jargão demais pra um EU em transição e aquisição de EUS.

Mas assim vou vivendo, levando a vida ou sendo levada por ela?

Vivendo.

Sem deixar dúvidas, e mesmo assim com todas elas.