sábado, 26 de setembro de 2009

Medo

Hoje senti medo, medo de sentir medo, medo de ta sozinha mesmo com muitos amigos, medo que os amigos se vão. Medo de não encontrar a fonte de vida. Há fonte de vida?

Medo de está só, mas já estou só, às vezes tenho medo de coisas que já existem e está acontecendo, meu medo é que elas insistam em continuar acontecendo.

Medo da solidão, aquela que sufoca e afoga os sonhos e certezas, porque só sentimos medo.

Medo de ser eu mesma e mesmo assim não ser.

Medo que descubram os meus segredos, e que eu tenho medo.

Medo que o amor roube a minha segurança.

Medo que risco me tire do chão, me tire de órbita.

Mas o que é o medo?

O que é isso que assustam todos e nos faz parar ou caminhar?

O medo é a presença do terrível-não-acontecido, se apossando das nossas vidas. Ele pode acontecer? Pode. Mas ainda não aconteceu e nem se sabe se acontecerá”. Rubem Alves

Precipitação? Antecipação? Agonia?

Tudo isso pode se caracterizar como medo, como ânsia do que está por vir, mas que pode não vir.

Diante disso fiquei pensando no que fazer da vida, do medo, o que ser, de como viver? Como enfrentar a vida cheia de medos, ilusões e soluções?

Lembrei das palavras de Jesus em Mateus 6.34: “Não vos inquieteis, pois, pelo dia amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal”.

A questão é viver cada dia, cada segundo, aproveitando o que ele tem o que ele é. Será o último? Não sabemos. O que ele tem para nós? Não sabemos. Só descobriremos a cada segundo de existência.

Se for bom, maravilha.

Se for mal, melhoraremos.

Se sorrirmos, façamos com vontade.

Se chorarmos, derramaremos todas as lágrimas, para que ela não nos perturbe mais.
Agora penso, tenho medo de não aproveitar a vida e no meu epitáfio escrever: “Devia ter...... mais e mais”.

Medo, novamente o medo.

O terrível não é o que está à frente; é o que deixamos para trás”. Rubem Alves

Nunca deixaremos de tê-lo, nunca seremos sem o medo.

Afinal não quero viver o futuro, muito menos o passado. Quero viver o meu PRESENTE PRECIOSO, hoje e somente agora. Deixando para trás só o que quiser ficar pra trás, tendo coragem de enfrentar o mal de cada dia, o dragão de cada dia.

E finalmente entender que: “Coragem não é ausência do medo. É viver, a despeito do medo”. Rubem Alves.

Assim vivo o meu medo de hoje e viverei o de amanhã.

E você está disposto a sentir medo?

2 comentários:

  1. Que maravilha, July, vê-la brincando irreverente, livre e poeticamente com o medo. Apesar de, em certa medida, ele ter uma função na manutenção da vida, entendo e concordo que se questione o outro medo, o mal medo, aquele que ao invés de corroborar com a vida, acaba corroborando com a não-vida: o medo de viver. Maravilhoso vê-la conversando sobre esse medo que nos aflinge a todos, mas sem se conformar com ele, antes discutindo, brigando impacientemente com ele, como quem já o aturou demais. Adorei... lindo texto. Um beijão.

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  2. deu um medinho agora|!!rsrs adorei o texto!!juli!!

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